sexta-feira, março 31, 2006
"mariscando luas"
quinta-feira, março 30, 2006
Secret Services
Não há muito tempo atrás foi assassinado na cidade da Beira, Moçambique, um indivíduo de nome José Gaspar Mascarenhas, o "Chico" Mascarenhas.
As sociedades são violentas e as urbes ainda mais, é sabido. Diariamente os jornais e as televisões vivem deste tipo de notícias para fazerem salivar os 'clientes'. Duplo infelizmente.
Mas este, o 'Chico', não era um pacato cidadão cujo assalto descambou para o pior desfecho ou involuntário personagem principal duma tragédia semelhante do quotidiano, enfim, tudo no seu historial pessoal indicia que o crime que o vitimou tem raízes que penetram no cinzento do sub-mundo dos agentes secretos e dos seus 'ajustes de contas', coisa à laia de romance de espiões e quejandos, polícias políticas, etc, no caso e porque dum moçambicano se trata faz-se agulha aos tempos do sinistro SNASP, e da guerra civil da RENAMO e da FRELIMO que tornaram Moçambique quase exangue. O dito e finado 'Chico' fora agente do SNASP (polícia secreta do regime monopartidário) e posteriormente emprestara as suas artes 'secretas' à RENAMO, e até era actualmente seu deputado no parlamento nacional moçambicano.
Desconheço as fontes e sua sustentabilidade na mensagem que linko, extraída dum Grupo MSN em que os seus cerca de mil participantes inscritos são maioritariamente moçambicanos afectivos na diáspora da História. Mas, dando como bom e credível o relato e testemunho lá deixados (até pelo auto proclamado envolvimento pessoal do autor naquele período da história moçambicana), achei por bem trazê-lo para aqui, pois este blogue tem ligações sentimentais que são inequívocas à terra mais bonita das que o Índico beija.
A História escreve-se, também, com testemunhos de quem a viveu inside ou assistiu à sua escrita. E as estórias de espiões, mesmo as com final trágico como a do 'Chico' Mascarenhas, também têm um charme especial.
(foto gamada aqui)
"4"
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quarta-feira, março 29, 2006
Párem, por favor!
Há causas a que não nos faz bem fecharmos os olhos. E dar-lhes o nosso nome, juntar a nossa assinatura, só nos dignifica enquanto "seres evoluídos".
Peço-vos: assinem esta petição por favor. Para 'evoluírmos', de certeza que também se tem de passar além desta barbárie.
(a imagem da foca bebé foi tirada daqui. Olhem-na)
viagem à memória
Eu estive a viajar pelo meu passado, pela Lourenço Marques colonial, aquela que conheci, mercê das actuais imagens de Maputo. Da Mafalala e do Alto Maé ao Malhangalene, da marginal à Polana, fui colocando piónaises em locais que a memória recordou; muitos ligados às 'aventuras' que contei por aqui na net e depois foram editadas no livro Xicuembo. Detive-me nos passeios fronteiros às casas de velhas paixões, os primeiros amores, aqueles que foram chorados e sorridos com uma pureza que nunca mais se encontrou, voltei a faltar às aulas para ir ao cinema ou para fascinantes jogos de bilhar, perdi-me de novo nas montras da Casa Vilaça e revisitei a FACIM e o Luna Parque.
Convido-vos a visitarem a minha LM, via fotos de imagens que coloquei num Grupo MSN. Em calhando e havendo tempo e boas memórias, façam o mesmo e verão que é agradável.
terça-feira, março 28, 2006
Letra D: "palhaço"
Coitadito do meu palhacito!... nasceu assim, laçarote airoso em tez acrílica de cores pouco alvas e, talvez por aí, pouco charmosas. Dei-lhe olhos em destaque, amarelo-amarelo que se pretendia brilharem lado a lado com um brinco, toque pessoal. Atrás pus-lhe uma multidão que o olhava, plural, tutti frutti de cores (o seu público?) parceira do laço garboso que alinha sob a barba rala.
Se...
segunda-feira, março 27, 2006
Kontiki, Larf Erikson, et al
"mau Maria!"
cinzento, digo, burguêsmente correcto
domingo, março 26, 2006
Pulido Valente: frases
que
... e o país vai rolando, igual, nada a dizer que.
Lapso histórico ou verão de s. martinho?
(imagem gamada aqui)
trus-trus
O Google Earth já disponibiliza imagens em maior resolução de Maputo e arredores, em escalas idênticas às que já todos cuscamos daqui, do 'nosso primeiro mundo'.
sexta-feira, março 24, 2006
Música, Maestrina!
Como o aparo está rombo e nos pincéis não me safo.... vivá música, maestro!
quinta-feira, março 23, 2006
50:2
Afeganistão
(a imagem foi gamada aqui)
Outra vez?!
(foto da fissura, que tem sete quilómetros, colocada há três dias atrás pelo Artur "Buda" num grupo MSN, este aqui )
Sexo & Salinas
Ela perguntou, provocadora: "porque é que os peixes do mar não são salgados?" Um sem blog e link possível de ser explicado, pois é do imenso grupo que faz a diferença em qualquer local que o sinta, fez um trocadilho com a salga do bacalhau ou coisa assim, e eu enlouqueci:
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“não é nada disso! o peixe, como os cães os gatos, os caranguejos e as pessoas, também bebe água. Como nos mares não há a EPAL estava condenado a beber só água salgada. E assim aconteceu durante milhares, milhões de anos.
Mas a Natureza tudo corrige, quando vai a tempo.... No caso foi e, em lentas mutações, desenvolveu nos peixes um órgão que é uma espécie de alambique, ou filtro, ou lá como se chama aquela coisa que vendem nas casas aos clientes insatisfeitos com a dita EPAL. No caso em análise, peixes, os cientistas chamam-lhe "membranus filtrotis salgadus est, alias era". Li uma vez um artigo sobre isto, aqui na net.
Assim, quando eles abrem a boca para beber água salgada, a tal membrana acolhe-a, filtra-a, côa-a, e passa para o esófago só a doce, límpida, cristalina, epalística, sendo que o sal, ora cristalizado, sai nos dejectos pela parte anterior, vulgo cauda.
As salinas não são mais que latrinas piscícolas, ora bem. Mas esta é outra parte, e não era este o tema... voltemos à água salgada e ao porquê dos peixes não serem 'salgados', embora vivam na e bebam a água salgada. Como retro explicado, há um processo natural, físico, de decomposição do líquido ingerido em duas partes: uma, a potável, é absorvida pelo corpo do escamoso e vai dar-lhe aquele aspecto branquinho à carne que tão bem conhecemos; a outra, o desperdício, sai pelo seu primo do ânus, tubo de escape salinoso. Todo? não, não todo, e aqui está mais uma maravilha da natureza e de como ela tupo aproveita e recicla, tudo torna útil e prazenteiro aos prazeres da carne, mesmo que de vulgo peixe se trata. Aliás, "até os bichinhos gostam..."
Portanto, e como explicava o que uma vez li, desse sal cristalizado que depois é ejectado pelo tubo de escape (olham com atenção para um aquário: nem todas as bolhinhas vêm da boca do dito, pois não?), há uma ínfima parte, o escol, a 'gema', que o organismo retém e depois utiliza em rituais de acasalamento. Como? como age? Assim: quando uma peixa vê um peixe e coisa & tal, e vice-versa, o que lhes fazem bater as pestanas não são os movimentos voluptuosos das caudas, não é bem como nos humanos. Nos peixes as fenomonas são salgadas e por basta razão: quando um peixe (ou uma peia, é igual e são mt liberais) pensa que, enfim, até dava uma, uma minúscula bolsa no seu interior (junto à guelra esquerda, li no tal artigo, (procurem no Google salt + sex + fish + good) abre uma portinhola e solta uns pozinhos daquela coisa, salgada, a pura essência do sal. O corpinho do dito/a, com o choque electrofásico do tempero, tem um estremecimento e, maravilha das maravilhas! (li...) as escamas agitam-se levemente, suavemente, quase impávidas aos nossos olhos mas como que capote vermelhão para touro da lezíria: é como um analfabeto passar pelas montras de Amesterdão e ler perfeitamente "anda cá, ó cabrito" mesmo sem saber ler uma letra do tamanho dum boi.
E assim acontecem as coisas, não é só a história do ovo e dos ninhos que deve ser ensinada ás criancinhas, está chegada a hora de lhes contar o porquê de os peixes do mar não serem salgados. Eu, confesso-vos, desde que li o tal artigo que evito passar pela praça, secção das peixeiras: sinto-me como um necrófilo, pois não sei se do cheiro a sal, se das escamas, sei lá do qu~e, a verdade verdadinha é que, entre bancadas e gritos de "ó freguês! ólhá maruca, a pescadinha, o carapau e a sardinha!", vejo com outro olhar as peixeiras, vejo-lhes atributos que eram insuspeitos e noto-lhes qualidades que, noutro local nunca veria, e tenho de desatar a fugir dali antes que... glupp! tchau, chega de National Geographic.”
'Lá' falei em bilhetes; aqui são a 2,50 € e envio NIB por mail, a pedido.
quarta-feira, março 22, 2006
(sem imagem)
Os parlamentos, seja o nacional sejam os regionais, não são sobrinhos adoptados pelo regime democrático que nasceu em 25 de Abril de 1974. São seus filhos naturais e sem tal sémen o óvulo nacional paria coisas diversas, e lá germinavam yes-mans aos seus egoísmos e espelho dos seus medos nas polícias que mantinham, puras abéculas de fato e colete que por decreto e por orçamento aprovado impunham castas ao direito de andar-se direito. Em linguagem comum fascistas, e o seu fim nos topos do Estado que é de Todos (pois de todos ele trata), essa é a mudança de Abril que permite àquelas instituições maiores serem o espelho do exercício dos seus componentes, umas vezes para aqui, outras para ali, este gostoso direito de saber-se que, mais ano menos ano, iremos todos a perguntas e podemos pô-los a andar com vaia e má nota. A democracia, essa coisa, recorde-se.
Compete ao PR redignificar o parlamento regional madeirense. Dedicando da primeira à última linha do discurso a explicação do quanto todos devemos àquela data, e com umas palavras sobre regras de boa-educação e sentido de estado, coisas assim e que tardam de serem ditas. E que lhe competem, chame-se João ou Joaquim. Feito lá. Com a sua presença impor o respeito devido ao passado que deu liberdade ao presente. À sua existência, assim, livre, livre nas patacoadas que os humanos em bando por vezes praticam, mas livre ao ponto de ter que respeitar o passado que lho permitiu, sob pena de nomes não famosos pela amabilidade.
Não tem a ver com intromissão em poderes alheios, tem melhores relações com um exercício capaz, o cumprir de obrigações de cargo, a instituição a funcionar em pleno exercício da razão de existir: o todo nacional que vai além dos umbigos. Ao fazê-lo, feito com Dignidade. Impondo-a e ao respeito, pelo exemplo.
Aguardo, e por certo não estou sozinho: aqui sonho-me ‘todos’.
o que é um mangusso? - recordando...
O abecedário da cor
segunda-feira, março 20, 2006
"A liberdade é..."
domingo, março 19, 2006
o "C", em duas fases
... mais ou menos como é contado aqui, pois o antes e o depois neste quadro (um óleo, para estreia) fizeram-me recordar aquela velha estória até porque o perfil desenhado é o mesmo, o meu desenho recorrente desde aquela idade.
o "H"
o "G"
sábado, março 18, 2006
hostil ou não hostil? eis a questão....
sexta-feira, março 17, 2006
As OPAS e as sessões de porrada
Parece moda e iremos a ver se a gula, a vaidade e a ambição ficam por aqui. O BCP quer cavalgar esta onda basbaque dos tesos para com os duelos da malta da massa, e manda a sua OPA sobre um vizinho mais minorca, o BPI. Como a história parecia vir contada ao contrário e o que está a dar é os mais pequenos irem às fuças aos maiores - David deveria ser o apelido português mais popular -, então o dito minorca não se agacha e ameaça em surdina virar o feitiço ao feiticeiro e dar-lhe a provar a mesma ração, numa contra-OPA. Quer um quer outro, mais o mais pequeno que o menos, têm a sua credibilidade financeira, reservas de capital, suporte, poder, em capital estrangeiro, dinheiro dos ‘grandes’, leia-se investidores não nacionais.
Um dia estas contas serão lembradas, a História dum País (letras grandes, sempre) em que os pobres os médios e os pouco ricos salivaram ao cheiro dos grandes combates do Capital (idem, merece-o), que não lado a lado com um nacionalismo ausente, residual quando soa a banquete do vil metal.
Que somos? quem somos? Que 2006 é este, que “era” é esta em que no pátio das misericórdias europeias aterram capitalistas de qualquer lado, contratam serviçais para tradutores e outros incómodos, montam arena e entretêm-se a jogar ao Monopólio com as nossas casas e hotéis, ruas, avenidas e estações, companhias de água e de electricidade?
O caos torna-se uma forma natural de viver. Se há trinta anos atrás eu atreve-se este post chamar-me-iam um promissor escritor de ficção científica. Hoje sou um desajustado social, ‘cego’ às realidades da economia.
quinta-feira, março 16, 2006
"B"
sim, vou dizê-lo
quarta-feira, março 15, 2006
O Tico
São doutro andar no prédio e têm a sua história mas dela não vamos falar, à excepção do Tico e das nossas conversas mudas, cumplicidades de condomínio, meu companheiro ao regresso a quem sinto a falta quando não aparece. Este Inverno tem sido mau e o Tito está velho e não tem o pêlo lustroso do husky, que esse dorme em casa e só faz o serão cá fora. O Tito não, e seroa o antes das madrugadas nas escadas quando a minha mão abre a porta a ambos, ele olhando-me, falando-me e nós falando-nos, e seguia-o com o olhar enquanto ele se perdia no virar de lancis, mais lesto no trepar à porta que lhe é familiar que eu à minha. Depois, arfamos noites e equilibramos as coisas, já ele me deixava ombro-a-ombro no meu lancil, um longo olhar de despedida após segundos de repouso.
Hoje tive um estremecimento íntimo, pois houve um momento em que só não ultrapassei o Tico porque, surpreso, reparei no significado evidente do mais difícil que é a um short como o Tico trepar tantos, cada vez mais tantos, degraus de enfiada, da lentidão da idade e do seu peso. Gosto do Tico, e vejo nele um cúmplice que me dá a absolvição primária quando, pecador, caminho para este remanso de só contá-las. Ao princípio, quando passou da festa de abanar o seu felpudo rabo para o roçar-se nas minhas pernas, nas primeiras vezes ainda tive um evitar espontâneo, preocupado com o que dias, serões e muitas noites nos lindos passeios, ruas, jardins e baldios, farão á pele, especialmente à felpuda do Tico. Porém olhámo-nos quando ele parou a meu pedido na sua carícia: hoje ele é mais comedido e eu sempre saudoso, há sempre um leve toque físico e depois passita no silêncio até em defronte ao portão das escadas, e senta-se vendo-me meter a chave, abrir, olharmo-nos. Eu a acreditar que também sorrindo-nos.
Por isto tudo tive um momento de tristeza quando, por pouco, não ultrapassei o Tico no ascender a porta segura, a covil, e prestei especial atenção ao seu arfar e aos seus movimentos, triste a ver que sim, ele estava a esforçar-se por subir tanto degrau e não simplesmente a fazer-me companhia. E que sentirá ele de mim? teremos tempo para ele contar-mo, quando eu estaciono o carro e olho-o como das melhores partes da noite finda, simplesmente vizinhos do condomínio de viver?
O Tico, gosto dele e gosto de lho dizer, já agora contar-vos.
"A"
Receita com Ovos
Para se fazer uma óptima omolete é preciso mais que os ovos: recheio ao gosto mas que case em paladar, condimentos que alourem gostos e cheiros, e ornamentos para alindá-la no prato.
Passemos à questão, tudo em cima da bancada:
(dose para 2 pessoas)
instrumentos:
- vasilhame para mexer os ovos;
- uma colher de pau para esse efeito, ou uma daquelas coisas que é um pau com, na sua ponta, um arame enrolado, enrolado, enrolado, formando uma elipse; visualmente será parecido com uma antena de rádio dos camiões militares no teatro de operações; porém, nunca vi uma destas curiosas coisas pintada em tons de camuflado... se não houver a tal antena nem colher de pau, um garfo, uma colher, ou até um pau chinês ou uma esferográfica também servem (se se usar esta, fazê-lo com o lado oposto ao bico mergulhado na gemada, ou pôr a tampa p.f.)
- uma frigideira das anti-esturro;
- tampa para a frigideira que deve ser igual ou maior que o diâmetro da frigideira; menor não dá, eu já experimentei;
- fogão (e gás); fósforos, acendalhas ou isqueiro electrónico;
- 4-5 ovos;
- salsa picada;
- cebola também picada;
- o recheio a gosto que pode ir do banal fiambre (o da pá 'passa' mt bem), presunto, sobras do almoço, ou nada e pensa-se que está lá tudo.
- margarina, óleo, azeite ou manteiga para untar o fundo da frigideira (e as bordas também, no mínimo até 2/3 da sua altura, lado interior claro)
- uma coisa daquelas com buracos, que é de tirar as batatas fritas (escorredor?)
Partem-se os ovos para dentro do vasilhame; a técnica, a boa e ancestral, diz que é só feito com uma mão e assim: bate-se com o ovo na beira da bancada, se possível sem olhar e mantendo conversação com alguém: o efeito é garantido, pois essa pessoa ganha um respeitinho do caraças para quem faz uma coisa dessas de 'olhos fechados'; depois eleva-se rapidamente a mão que traz o quebrado, discretamente enfia-se um dedo pelo buraco por onde pinga o branco ranhoso, e mete-se tudo (branco + amarelo) no vasilhame; com o tal dedo e mais outro à escolha, tiram-se os bocados de casca que foram misturados. Meter sal à conta.
A seguir, e antes de se mostrar o poderio dos bíceps (fazer omoletes é actividade de verão), vai-se buscar a esfregona para limpar os pingos de ranho d'ovo no chão.
Bate-se até estar tudo misturado, fica uma espécie de leite-creme com borbulhas;
Mete-se tudo lá para dentro e mexe-se outra vez; o leite-creme passa a exibir resíduos sólidos boiantes.
Fase 2:
Acende-se o fogão e põe-se lá a frigideira, previamente untada da forma descrita (usam-se os dedos, dá um toque de glamour à confecção, à la mâitre); nos primeiros dois minutos da cozedura põe-se a tampa na frigideira pois dá um ar mais aloirado à gemada enquanto ela ferve.
Quando estiver vai não vai para começar a cheirar a queimado, enfim nesta parte tem de haver sensibilidade de conhecedor, mete-se todo o vasilhame lá para dentro, menos o dito. Tempera-se com piri-piri do bom.
Olha-se, sendo impossível fazê-lo sem se ficar fascinado vendo os lados do protótipo de omolete embranquecerem e enrijarem, no meio um caldo onde estão as excremências que lá pusemos, o 'recheio', boiando num caldo amarelo que ferve. Aproxima-se o grande momento...
Interlúdio
toma-se o peso ao escorredor (?), e simulam-se golpes de esgrima com ele; esta fase de treino é muito importante pois do seu bom manuseamento dependerá a 3ª fase da operação omolete, a decisiva. O pulso tem de ser ágil no impulsionar brusco do escorredor em voltas de 180º. Fundamental.
Assim que com treino e fé suficientes, e sempre de olho na frigideira onde o branco já começa a ficar castanho e o caldo até estala que nem o Vesúvio, passa-se à Fase 3:
Fase 3: a Hora dos Duros
Espeta-se com o escorredor num dos lados da semi-omolete, rasgando habilmente a parte colada à frigideira e de forma a colocar a ferramenta por baixo da caldeirada amarelada que ferve. A ideia é virá-la, ou no todo ou pelo menos em metade. Fazer como que uma 'sandes', haver dois lados cozidos por igual, com o dito recheio de pataniscas chamuscadas lá no meio. É o momento da verdade.
Fase 4:
Desliga-se o fogão e metem-se os ovos mexidos no prato, e degustam-se acompanhados de estalinhos da língua. Dizer que estão fenomenais e negar indignadamente que alguma vez se pretendeu fazer uma reles omoleta.
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(imagem gamada aqui)