o "H"
Já percebi algumas coisas: primeiro, acontece sobrar tinta na paleta; sabendo quando custou cada bisnaga excede-se no uso das sobras no mesmo quadro, e estraga-se. Depois vem a fase em que se põe de menos, e, na carência que se sucede, o reforço já não consegue a mesma tonalidade nas misturas, e sai outra vez cagada.
Até porque as bisnagas ainda estão muito mais para o cheio que o inverso, a seguir vem a fase actual, em que fiz o "G", e usa-se no quadro só a necessária e olha-se a que sobre no prato e na paleta como 'sobras', existências a abater em lavagem do material e a esquecer, prejuízo menor que 'estragar mais' a pintura original. Ou, hipótese que se me revelou hoje, numa tela pequenina fazer, pintar, algo simples e baseado nas cores-excessos que me olham da mão.
E foi assim este, o "H", como todos anteriores um acrílico, em tela pequenina e ainda menor que a do "palhaço" (que brevemente aqui porei, de todas as minhas obras a mais mimoseada com alcunhas que, então, contarei e do meu júbilo com tal consagração.
(Este alfabeto é um pouco desorganizado, mas vai-se lendo: nesta tela há uma flor)
2 Comments:
Na paisagem quase austera do adulto,o desabrochar do mufana; é isso que nos encanta em ti.
engraçado não nos dares uma palavra pintada de África...th
O H é de Homem. Tem azuis e verdes e linhas de Horizonte. São mundos percorridos, são sonhos e esperanças e pensamentos e viagens por dentro. A flor, para que o pintor nos chama o olhar, onde quer, decididamente, que nos fixemos, é o afecto, o sentir os outros, o ponto nevrálgico que nos liga ao mundo dos sentimentos.
Assim o li. Se errei a leitura do seu H, Carlos, perdoe.
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