domingo, junho 04, 2006

ainda em volta das estantes - XVII



(Como quem espreitou já reparou eu consumo ficção aos caixotes. E dentro dela tenho um gosto especial pelo humor, se bem tratado.
Isto a propósito dos Tom Sharpe que se vêm na fila de baixo, encarreirados. Sobre a obra do Sharp vou-vos confessar uma coisa: o último abandonei-o para outras núpcias, e se possível distantes: a léguas da delícia de tantos outros, pois não me esqueço que dei por mim a gargalhar numa esplanada com 'uma mancha na paisagem' na mão (coisa estranha em mim que sou adepto do sorriso e tenho aversão pessoal a manifestações grau acima, ruidosas a acrescentar...). E a personagem Herr Kommandant é muito 'bem caçada', excelente paródia ao regime afrikander da África do Sul. A série que o projectou, Wilt, não a acho a magna da sua obra: talvez por isso este último e após uma (?) década de 'silêncio', "Wilt em parte incerta", não me caiu no goto. Ele sabe fazer melhor ou, se já não é capaz, procure outras letras e outros campos para semeá-las, ou sorria comigo ao ler os outros. É de amigo este conselho.
Na de cima uma série de Frederick Forsyth (gosto), e alguns Irving Wallace e Harold Robbins que, em mim, tiveram o seu tempo. Inclusivé em Moçambique pois recordo-me perfeitamente de estender-me num areal deserto em companhia do 'o prémio' ou calhamaço igual e passar assim uma excelente tarde, a motorizada à sombra duns ramos e eu catando sonhos ao som do mar que me marinava as ilusões.
Vejo três (? acho que há outro mas não sei onde está) Martin Amis, autor de que gosto, espreita a lombada do 'o super macho' de Alfred Jarry, um dos poucos sobreviventes aos livros de saldo que comprava quando cheguei a Portugal, uns Almada Negreiros, o estupendo 'Contacto' de Carl Sagan (não vejam o filme sem ler o livro primeiro, por favor!), alguns Paul Auster incluindo o 'Smoke' de que gosto muito, na de baixo há uns ensaios sobre um tema macabro, um Jorge Amado, "a verdadeira história da McDonald's" - leio de tudo, tinha avisado..., o muito bom "pequeno livro dum grande terramoto" do bloguista-cronista Rui Tavares e que me foi oferecido pelo Salvador Prata do Buba, por baixo deste outro bom livro, 'a sombra do vento' de Carlos Ruiz Záfon, e
- calo-me já senão nunca mais o faço)