domingo, março 04, 2007

tudo e nada?


Como quem me conhece ou já anda por aqui há algum tempo sabe, eu fui apoiante da candidatura de Manuel Alegre à presidência cá do canto, e no blogue alçei as bandeiras todas que tinha. Avé, bons tempos.
Depois veio o MiC, onde nunca fiz inscrição formal mas que acompanho com o interesse que me leva a, exemplo, subscrever a sua news-letter. A de hoje, numerada como comunicado que é, trouxe as decisões de ontem do seu "Conselho Geral".
Passo o 'um' - já chega de foguetes, vamos mas é olhar para o que e como se está/vai fazer - mais o burocrático 'cinco' - cada um sabe das suas contas e eu não risco nada ali - e fico com os intermédios, um 'dois' que de imediato pensei em linkar aqui no blogue, agradado naquele geral a que ninguém deixa de bater palmas íntimas, mas com partes mais além, indiciadoras de (da continuação de) empatias mais profundas.
Restam os 3 e 4: nem duas linhas a cada, de reflexão e leitura políticas mais densas por qualquer florido ramalhete de bancada parlamentar. Talvez por isso tão "linha-e-meia", o tactear temeroso de quem, sem abdicar do direito de estar não quer ser acusado de intruso e angariador de multidões em 'clube' que, sabe-o em qualquer Conselho, seja ele geral ou restrito, não foi criado exactamente para expontãneos "movimentos de cidadãos".
A cidadania (ao caso a sua forma de expressão organizada) é uma voz de causas supra-partidária, e em óbvio legitima tanto o solfejo do coro como o esganiço individual. Um grupo de reflexão pode dedicar-se à vida contemplativa com a paz d'alma duma profunda interrogação acerca do seu umbigo, ou franzindo as sobrancelhas aos mistérios das «forças nucleares do Estado» (sic), do «futuro colectivo» (outra vez sic) duma sociedade. E quem mora em Aljustrel ou na Bica do Sapato tem todo o direito (sacana de termo, mas lá vai...) de preocupar-se com a gestão da sua terrinha, mais além do convite regular para 'escolher'. Em lato, a "cidadania" é tudo e é nada, 'nada' especialmente àqueles que entendem a democracia participativa com códigos postais de há muito definidos.
A ver vamos MiC, a ver vamos onde encontrarás o teu código, o teu genético lugar.

(foto de 'multidão' daqui.)