segunda-feira, janeiro 29, 2007

ode a Capablanca e às mangas verdes com sal


naquele século,
em que gostava tanto de mim
(e só de mim)
e me achava um grande jogador de xadrez
(outra vez sussurrado: sábios catorze, aqueles
dos doces anos)

aprendi a jogar t’chuba e, nas covinhas
entendi o segredo do "mate de Légal":
sê-lo sábio
era ser capablanca africano.

t’chuba!

.............
(de agora, ainda queima; inspiração que lá calha acontecer-me quando me sento aqui, num banquinho, entre outras rimas procurando o caminho até à mangueira, um niquito de sal na algibeira. thanks por tanto, L.)

mini glossário, mais umas coisas:
1- t’chuba: (assim eu me recordo do seu nome) jogo tradicional africano, jogado em tabuleiros com pedras que se colocam em ‘covinhas’, ou estas mesmo feitas no chão; recordo-me do seu nome com esta forma fonética e não encontrei (em busca muito sumária, mas fi-la) conclusão satisfatória sobre, até mais que a grafia correcta, o seu verdadeiro nome no sul moçambicano. inclusivé os referidos no poema de Rui Knopfli cuja leitura me deu o 'clik' poético, "O Curandeiro" (clicando lê-se), não correspondem à minha memória fonética do nome comum do jogo;
2- Capablanca: histórico campeão de xadrez com 'n' referências nos livros teóricos. até já o vi referido como o Mozart da arte;
3- "mate de Légal": atribuído a um tal duque de Légal; fantástica estratégia para xeque-mate sem defesa possível após um acto de gula oferecido ao adversário e por ele 'devorado', logo no início do jogo. no tabuleiro de ensaios e livro à frente, é estarrecedor de belo. na prática acho que só apanhei um tanso que caísse nele. não me importo de tentar explicá-lo, mandem e-mail (escrevo xadrez nas 'duas' linguagens mas prefiro a brasileira)

(a imagem tem inscrito o 'copyright' de onde a 'catei', e seu autor)

1 Comments:

Blogger Barão da Tróia II said...

Essa saudade que nunca desaparece! Boa semana.

11:16 da tarde  

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