quinta-feira, janeiro 11, 2007

No tempo das bengaladas


Rezam os livros e conta-se, que no tempo das bengaladas era pratinho vezeiro tal esgrima literária se cruzar volta não volta nos locais habituais à reunião da fauna: a Brasileira e imediações, o Martinho da Arcada e o D.José a cavalo; além das apostas à tinta das penas havia a paralela, às bengaladas... Até se fizeram Grémios, embora se continuassem a embebedar todos nas tertúlias. Bons tempos, imagina-se não sem um sorriso.
A imaginar o João Pedro George às bengaladas à Margarida Rebelo Pinto, ela furiosa e de malinha pré-Gucci em volta da azia e dos cabelos do rapaz; o Vasco Pulido Valente à trolha com todos e a vingar-se da chatice de ter de acordar e pensar o Mundo, aos pulos e todo desgrenhado em cima da pança do João César das Neves, coitado (mas quem o manda meter-se nisto, ainda para mais sem bengala, e tinta?) Ou ou e ou. Ou: é servir vilanagem! À escolha, há tantas esquinas de jornal e o papel está caro e cada um defende o seu quintal. Bons tempos.
Vem a propósito de nada. Das bengaladas, mesmo as dadas no ar e “agarrem-me”, das adiposidades por falta de exercício. Do ruím da escrita (coisa boa e que faz doer) e do bálsamo da bengalada, do peso específico das palavras e do intrínseco à força do braço, larga a pena e vai de bengalada...
Vem a propósito de nada; lembrei-me só disto e tinha de fazer um post, já está feito. Falar de flores era pior, e ontem foram "as portas".

(rixa daqui - não arranjei nenhuma "à época", em busca muito sumária: 'nas tintas porque já estava escrito e a imagem é, professo sempre!, acessória)