domingo, fevereiro 11, 2007

por exemplo

Há "3 minutos" atrás*, do site do Stape:

Freguesias apuradas: 2508
Freguesias por apurar: 1752

Inscritos: 3085567
Votantes: 1285154 - 41,65%

Em Branco: 16662 - 1.30%
Nulos: 8998 - 0.70%

Votos Sim: 669121 - 53.13%
Votos Não: 590373 - 46.87%


Votei segundo a minha consciência: confusa, mas estive lá. Amanhã não morrem as criancinhas desvalidas todas ou desaparecem no ar por passe de mágica as grávidas desamparadas. Há quem tenha 'vencido' e há quem tenha 'perdido'. A estes há de juntar os 'habituais', a razão deste voto: quem sofre mais que a conta média, os que crescem sem um lar até um dia haver uma tragédia e, aí, todos o recordarmos como se fosse altura de referendo, as mulheres com intimidade devassada, orgulho, humilhações e, também dolorosa verdade, poucos cuidados médicos quando eles são necessários: essas também não vão todas a correr para Badajoz na 2ª, não vai haver uma linha de metro, apinhada ou só com caras tristes aos cantos, pela razão de que elas, quando as há, continuam cá a partir de 2ª feira.
Há uma lei da IVG em vigor. Já a havia antes, todos o sabíamos, e na campanha fiquei a saber - a exemplo entre mais coisas que me trouxeram ainda mais confusão, - que ela tem partes em muito coincidentes com algumas das reivindicações principais dos que pretendem uma nova lei (o voto 'sim'), e que só não estão a ser aplicadas 'no terreno' por falta de Regulamentação. Ok: a ser assim, é completamente hipócrita e de muitíssimo baixo decoro político o sr. engº Sócrates vir dizer-nos que, ganhando o 'Não', tudo continuaria como dantes e ele não mexia uma palha: mais coisa menos coisa disse-o assim e pelo menos em duas vezes: em Dezembro, aqui no CNEMA, aquando do congresso do PS; e na muito oportuna entrevista que concedeu lá nas nuvens chinesas lado a lado com o bimbo-pinho, essa espécie rara que deveria ter sido recebido na Portela - é aproveitar enquanto está à mão e ainda não gramamos com a Ota em cima! - com alcatrão e penas, Lucky Luke way. 'Não' mas é a si, isso não é bonito. E de quem faz destas numa consulta de referendo torna-se legítimo conjecturar se, numas eleições puramente 'políticas', que barbaridades dirá, além até das do folclore de campanha, as usual...

2ª feira, amanhã, gostava de ver os 'vencedores' apostados em conseguirem que, todos, daqui a uns anos - estas coisas demoram tempo, e mesmo uma "nova lei" o levaria até estar no terreno - acordássemos e fosse pacífico em como a 'lei', agora já em pleno vigor, afinal carece desta ou daquela modificação por constatação da sua efectiva aplicação, já com os 'regulamentos' todos. Sem berros por outro referendo, bandeiras e sacos de veneno na mão: não se deita fora o que já existe e não é utilizado para trocar por igual mas pintado com cores diferentes. Oiã existe, a exemplo, e nunca se ouviu falar de terem juízes e dim-don-dins à porta por falta de alvará ou por práticas médicas não autorizadas (mas o nome é foneticamente prejudicado ao lado do mediático 'Badajoz'): ponham esses tais 'regulamentos' cá fora, esses 'esquecidos' que servem de desculpa para a 'lei antiga' não ser aplicada em estabelecimentos de saúde públicos e manieta os privados que querem ousar mas não estão com paciência para testar os preguiçosos músculos da burocracia estatal, essas adiposidades que o 'senhor engenheiro' tanto simplexa mas, quando lhe convém políticamente, delas se faz de desentendido e delas usa e abusa... gavetas para que vos quero. Tem de ser o 'Não' a fazer coro com o 'Sim' para dizer isso àquele 'engenheiro' e a todos os que por lá haja com gaveta disfarçada para uso em engenheirices de xico-esperto político, 'tuga está-se mesmo a ver, apetece acrescentar... Caíndo-lhes o gosto inventivo para a dita esfera jurídica, utilizem-na para a XIXXCMX alteração à lei penal codificada: o 'não' e o 'sim' têm o pleno para, aí em sede parlamentar, aprovarem propostas governamentais q.b. - que as haja: há mais mundo real além do serôdio segredo de justiça e da nuvem escurinha da corrupção, ou dos carrinhos-de-mão cheios de facturas de telemóveis incobradas ou, ainda, do sempre apetecido e sedutor 'futebol': há mais, por exemplo, amanhã que é segunda-feira e as vítimas humilhadas em meia folha de papel selado são as mesmas de quinta ou sexta passadas, e o parlamento mai-lo governo concubinados podem alterar as leis penais, também neste caso e a exemplo de tantos.

O 'Não' minoritário que afinal sai vencedor pois jogou com dois baralhos pois podia perder nas urnas desde que não fossem lá muitos: esta lei do Referendo tem de ser ela também 'afinada'. Mas não suprimida, é um instituto democrático importante. Este 'Não' que já ganhou há oito anos atrás e, de lá, depois, nada se viu além das fachadas as usual, e poucas... 2ª feira existe: isto não é lamechas nem moralista: existe, e com os mesmos personagens de sempre, tivesse ganho quem fosse ao domingo. Acho que isso é que é importante. Guardem-se as bandeiras rotas no báu das jeans das recordações, e deixem de agitar o capote para incitar as "massas" ao tropel chinfrinado e enquadrado, passe-se a de facto e de jure fazerem-se acções concretas para executar o que há, não deitar fora sem provar primeiro.
O meu voto? foi com a consciência de que não tinha convicção firmada. Não era para 'um governo' que, calhando-nos mal a escolha, daqui a quatro anos ajuda-se a dar-lhe um pontapé no cú, haja sorte e votos com pontaria qb e, portanto, agora vai disto e amanhã logo se vê como te portas. Votei bem, de acordo com o que sentia: 'anulei' a minha decisão até ver 2ª feira empenhada, 'não', 'sim', todos, via boas-vontades e regulamentos em falta para não se ser tão hipócrita quanto utilizar uma hipótese de discussão séria para um arraial de demagogia ao vómito. Votei com convicção em como o fazia bem, em como não me enganei neste pântano de emoções como é um referendo à IVG. E continuarei a pensar nele 2ª e 3ª, quarta e por aí adiante: o assunto é importante demais - por elas - para morrer contados os votos: 2ª feira é já amanhã de manhã, e parece que há uma série de regulamentos e de 'afinações' à Lei para congeminar(-mos), luso-inventivos para tanto desde que 'nos calhe'.
* comecei o post antes de ir jantar...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Fizeste bem em não aumentar a abstenção (igual a tudo na mesma, mas 'ligeiramente' diferente...).
Quanto ao resto do 'post': "parole, parole, parole".
Uma feliz por não haver mais mulheres em tribunal, algo de que SÓ o SIM é responsável - e ganhou!, mesmo a abstenção, colocando-se entre os 6 e os 7%, ao coincidir com a 'abstenção técnica' (só cá em casa há dois cartões que não podiam de modo algum ser utilizados) foi, de facto, a razar os 50%.

Aguardo, agora, os 'posts' do 'db' da ida à Póvoa.

10:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Errata: colocando-se entre os 56 e os 57%, i.e., a 6 ou 7% do voto vinculativo (...)

10:28 da tarde  
Blogger Carlos Gil said...

acho que nem me lês-te. se de parvoíces haverá 'lá' tantas como as habituais, e FELIZMENTE não me livro delas e espero que ninguém, também, ... mantenho que acho que nem me lês-te. desde a primeira hora

12:08 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home