"um sorriso para Cibele"
Aqui não há nada, Cibele,
a não ser uma alameda estreita
com renques de flores à esquerda e à direita.
As flores são daquelas de que eu não gosto, Cibele.
Pretensiosas.
Zínias, dálias, crisântemos, margaridas e rosas.
As flores de que eu gosto são das que ninguém planta nem semeia,
daquelas que a gente passa e diz: "Olhe, faz-me favor.
Sabe-me dizer como se chama esta flor?"
Não gosto delas, não,
mas à falta de melhor, Cibele,
é nelas que cevo a minha solidão.
Todas as manhãs quando aqui passo para as ver
acaricio-as à flor da pele
e balbucio as palavras que ficaram por dizer.
Assim se vai passando o tempo, Cibele.
António Gedeão
(a belíssima fotografia de Pablo Herrerías estava neste blogue)
a não ser uma alameda estreita
com renques de flores à esquerda e à direita.
As flores são daquelas de que eu não gosto, Cibele.
Pretensiosas.
Zínias, dálias, crisântemos, margaridas e rosas.
As flores de que eu gosto são das que ninguém planta nem semeia,
daquelas que a gente passa e diz: "Olhe, faz-me favor.
Sabe-me dizer como se chama esta flor?"
Não gosto delas, não,
mas à falta de melhor, Cibele,
é nelas que cevo a minha solidão.
Todas as manhãs quando aqui passo para as ver
acaricio-as à flor da pele
e balbucio as palavras que ficaram por dizer.
Assim se vai passando o tempo, Cibele.
António Gedeão
(a belíssima fotografia de Pablo Herrerías estava neste blogue)
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